quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crime de ódio e intolerância em São Gonçalo


Foi enterrado hoje (quarta-feira, 23/6) o corpo do estudante Alexandre Thomé Ivo Rajão, de 14 anos, que foi torturado e estrangulado - também sofreu traumatismo craniano por que jogaram uma pedra sobre sua cabeça - por um grupo que se autodenomina "skinheads" ou neonazistas. Estive agora com o inspetor de polícia encarregado do caso, o detetive Rubem Rodrigues ou "Rubinho", que me relatou algumas coisas as quais compartilho:

3 dos 4 assassinos estão prestando depoimento na 72a DP - bairro Mutuá (onde ocorreu o crime) - e, segundo o inspetor Rubinho, devem ser presos ainda hoje, uma vez que, em seus depoimentos, têm caído em várias contradições. Dizem até coisas do tipo "Somos 'skinheads' mesmo. Não gostamos de viados!".

O mais curioso é que, segundo o inspetor, um deles teria tido um envolvimento sexual com um dos amigos do Alexandre em ocasiões pontuais e que o que teria deflagrado a briga na casa em que estavam todos vendo o jogo do Brasil no domingo (Alexandre e seus carrascos) foi exatamente o receio deste de que esse envolvimento viesse à tona e fosse descoberto pelos amigos "heterossexuais".

Segundo o detetive, eles esperaram fora da casa em uma emboscada (a polícia especula se, na verdade, eles não estivessem esperando pelo amigo do Alexandre). Jogaram o jovem dentro de uma carro, mataram-no e o atiraram em uma vala.

O número do BO é 460 e o telefone da 72a delegacia é 3119-1950. Em relação à motivação do crime, o inspetor salientou que somente depois de tomar todos os depoimentos poderá ter certeza de que se trata de homofobia, embora acredite que esta seja mesmo a motivação para este crime brutal.

Acho que vale uma pressão de nosso movimento para que este caso seja solucionado o mais rápido possível e que os assassinos sejam realmente punidos.O que sinto é que, depois de um momento de abertura para uma sociedade mais justa e igualitária, parece que as forças conservadoras estão reagindo de forma violenta, que é tudo o que lhes resta. E temos sido cada vez mais alvos destas manifestações, portanto, o que aconteceu com Alexandre pode acontecer com qualquer um de nós.

Well Castilhos

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