quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Esclarecendo ao sr. "Anônimo"...

Os textos postados neste blog sobre o caso Alexandre Ivo seguem a lógica jornalística da imparcialidade, buscando a informação aos leitores acima de tudo. Isto, no entanto, não invalida um tom provocativo e inquisidor em certos trechos de nossas reportagens sobre o caso, o que nem de longe significa que estejamos tomando partindo ou fazendo juízo de valor sobre uma ou outra testemunha ouvida nas audiências que temos reportado. A nossa última cobertura gerou mais de 50 comentários de uma pessoa que se identificou como "Anônimo" - embora prefiramos que a pessoa, ao comentar um texto, identifique-se pelo próprio nome -, que, ao mostrar-se defensor dos acusados pelo assassinato, acabou entrando em conflito com a mãe da vítima, Angélica Ivo, que por sua vez também postou alguns comentários, respondendo às provocações do tal "Anônimo". A este último gostaria de esclarecer que tudo o que relatei no texto intitulado "Reviravolta no caso Alexandre Ivo" foi o que realmente aconteceu na audiência do dia 3 de fevereiro e que em nenhum momento eu tenha "mudado de lado", como afirma em seus comentários. Além de jornalista, sou militante pelos direitos humanos, todos sabem, e temos estado sempre ao lado de Angélica pelo esclarecimento do assassinato brutal de seu filho, de apenas 14 anos.  E assim continuaremos, até que a Justiça - a única instância que pode fazê-lo - venha a culpar ou absolver os três acusados. A "reviravolta" - termo comumente usado no jornalismo - do título da matéria se refere à revelação feita por uma das testemunhas a respeito de manipulação em seu depoimento quando do inquérito policial.

Sim, existem contradições nos depoimentos à juíza por parte de algumas testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação (leia também a outra matéria, de 13 de dezembro, relativa à audiência anterior - "Família e movimentos sociais realizam o II Ato Alexandre (V)Ivo"). Mas não devemos esquecer que quem são os réus ainda são os três rapazes acusados, e não a vítima ou a sua mãe. Ela está cumprindo o seu papel de mãe, de lutar para que se faça justiça pela morte do filho. E eles não estão presos à toa: houve realmente a agressão na casa da prima de um deles e os rapazes também não apresentaram álibis coerentes e fortes o suficiente para que não fossem presos, que justificasse, por exemplo, onde esavam na hora do crime - o que lhes livararia de quaisquer suspeitas. Até agora, tudo leva realmente a crer que foram eles a cometer o crime, mas cabe à Justiça investigar e mais tarde dar o veredicto. Não cabe a mim, nem ao sr. "Anônimo", nem a qualquer outra pessoa envolvida julgar o caso. E também não podemos, sr. "Anônimo", nunca culpar a mãe da vítima por acreditar nestas evidências policiais. Ela é mãe!

Fico grato por seus elogios em relação à minha cobertura do caso - coisa que os outros jornais de certa forma deixaram de fazer, já que não estão enviando jornalistas para as audiências - mas, por favor, devo esclarecer que não estou trabalhando em defesa de ninguém, apenas da justiça - o que faço não somente como militante, mas principalmente como jornalista com quase 20 anos de atuação. Em seus comentários, o sr. se refere aos três acusados como "Nossos meninos" e afirma que eles estão sendo injustiçados - pois bem, se o sr. é parte da defesa ou da família dos réus seria melhor se identificar numa próxima vez, assim como corajosamente faz a sra. Angélica Ivo. Seria melhor até mesmo para estabelecer um diálogo. Agora, se os acusados são ou não realmente culpados, vamos esperar que a Justiça chegue a uma conclusão. Entendo, pelos comentários postados na citada matéria, que os dois lados estejam defendendo suas partes. Mas, como disse, só a Justiça pode culpar ou inocentar. Para mim, coerência é isso. Isto é ética.

Well Castilhos

11 comentários:

  1. UM dos anônimos que postaram anteriormente16 de fevereiro de 2011 às 16:03

    Volto a postar, e volto a postar em ANÔNIMO. Como eu disse anteriormente, não foi UMA pessoa que postou em anônimo, mas VÁRIAS pessoas. Como também já disse anteriormente, se expor seria colocar-se em um risco desnecessário. “Crime de ódio” como já afirmaram tantas vezes, seria o que poderia nos acontecer, caso revelássemos (NESSE MOMENTO) a nossa identidade. Como UM DOS ANÔNIMOS, assumo PARTE dos comentários, mas também te digo que os comentários que te agridem partiram do outro lado (das famílias Ivo e Rajão), porque você foi o único que comentou algo sobre a última audiência que (admitam!) foi muito mais favorável à defesa do que à acusação. Eu mesma já havia dito que você tinha sido imparcial, o que é de se esperar da imprensa, mas a imprensa em momento algum foi imparcial e deu aos suspeitos o direito da dúvida. Os comentários não foram provocações, mas sim esclarecimentos de fatos que até hoje não pudemos expor AINDA. Até hoje, não nos foi dado o direito de falar! A polícia, em todo o tempo, quis condenar esses meninos e não quis ouvir ninguém que pudesse esclarecer onde eles estavam. Vocês já se deram conta de que se parte desse processo continua em sigilo e de que se a juíza decidiu soltar esses meninos é porque não há o que justifique a prisão deles e sim há coisas que talvez vocês ainda desconheçam? Não fui eu quem disse que você havia mudado de lado, mesmo porque em momento algum você defendeu os suspeitos, tão somente relatou o que ocorreu na última audiência. Fui EU que disse anteriormente em um post que a reviravolta não era uma mudança de lado, como você mesmo observou, mas a reviravolta foram as contradições.

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  2. UM dos anônimos que postaram anteriormente16 de fevereiro de 2011 às 16:04

    Novamente como eu já disse anteriormente, e repito, NÃO HOUVE contradições da parte da defesa, pois a defesa ainda nem começou a ser ouvida. O Sr. deve recordar o momento da última audiência em que a juíza chamou todas as 24 testemunhas de defesa e pediu desculpas por não terem sido ouvidas, mais uma vez! Todas as testemunhas ouvidas até então são testemunhas intimadas pela promotoria, sendo assim, testemunhas de acusação. As testemunhas arroladas pela defesa possivelmente serão ouvidas no dia 29 de março.
    Ninguém tentou colocar o Alexandre ou a Srª Angélica no lugar dos réus, e EU também já havia dito isso. O direito dela de mãe, de lutar por justiça não pode ferir o direito de ninguém, pois até que se prove (o que não vai acontecer!) que eles são culpados, esses meninos continuam sendo (e sempre serão!) inocentes!
    Realmente aconteceu uma briga, mas não foi por isso que eles foram presos. Se assim fosse, o outro lado também deveria ter cumprido pena, pois não existe briga de um lado só! Eles foram presos por um assassinato QUE NÃO COMETERAM. Nunca foi-lhes dada a oportunidade de apresentar coisa alguma, isso não quer dizer que não existam álibis. Até agora, suas visões limitadas os levam a crer que eles cometeram esse crime. E não sei de que evidências policiais você fala, pois não existem as referidas evidências, se existissem eles ainda estariam presos, e como as próprias testemunhas disseram que a polícia forjou os depoimentos, o que mais eles não podem ter feito? O sangue encontrado, estava numa lanterna de fricção, que dispensa o uso de baterias (como esta: http://img1.mlstatic.com/jm/img?s=MLB&f=159898338_4009.jpg&v=O), lanterna tal encontrada dentro do carro de um SOCORRISTA, sendo assim, ferramenta de trabalho. O sangue encontrado apresentava mistura de material genético, quer dizer, o sangue não era apenas de uma pessoa, o que é de se esperar encontrar na lanterna de alguém que socorre pessoas feridas.
    Prometo me identificar, o que pretendo fazê-lo pessoalmente a você após a próxima audiência. Não posso fazê-lo antes, pois, repito, me colocaria em risco. Não existe, pois nunca existiu possibilidade de diálogo. O nosso diálogo é com quem pode nos ouvir sem pré-julgamento, ou seja, os responsáveis por julgar o caso.
    Não perca os próximos capítulos! Aguarde e verá!
    Depois disso você saberá quem eu sou... (e não sou todos os anônimos que postaram)
    P.S.: Aos que falaram para não usar o nome de Deus, FALO DELE COM A INTIMIDADE DE FILHA!

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  3. Eu enquanto mero expectador espero realmente ancioso pela nova audiência e ai literalmente quero ver as máscaras caindo, uma delas do investigador que ficou muito íntimo da primeira advogada dos 3 suspeitos, e por falar nisso por onde anda ela!!!se procurarmos no Google ele teve direito de resposta para seus cliente e falou muito sobre eles serem inocentes, sobre suas imagens maculadas etc... também estou ancioso para ver porque 24 pessoas "amigas" deixaram os supostos suspeitos passarem por tudo o que foi relatado por "diversos anônimos" para contarem as suas versões agora em juízo? que amigos heim...

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  4. Sra Anõnima me esclareça uma coisa, por favor se a pessoa que você se refere trabalha em uma empresa de grande porte, que tem uma estrutura montada pra socorro, tem seu próprio veículo e instrumentos adequados para o mesmo, não se fazendo necessário o uso de carro e instrumentos de uso particular de um funcionário, estou com o raciocínio correto ou não? ou será talvez que ele tenha feito o salvamento da vítima relacionado no caso? e não tenha encontrado a forma de relatar tal fato pois isso o envolveria
    como suspeito da forma que o envolveu? e como explicar para as pessoas que como brigadista (pessoa que salva vida)está envolvido em um caso de assassinato?
    Obrigado!

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  5. É, realmente não existe briga de um lado só, mas existe sempre um lado que agride e outro que é agredido. No caso, já está constatado que os "meninos" a quem alguns de vcs defendem como "inocentes" (antes da Justiça provar isso) agrediram os adolescentes. E isso também dá prisão, sabia? Agressão também é crime. Eles são mais fortes, basta olhar para eles. Não acha quem eles apanharam do Alexandre e dos amigos dele, acha? Também em relação ao que o jornalista coloca - cadê o álibi deles na hora do crime?

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  6. E eu também não entendo vocês dizerem que não estão se identificando por medo, se vocês estão do lado dos acusados de assassinato... Vocês não tinham que ter medo não... É até engraçado...

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  7. Bem, alguns comentários aqui em cima terão q ser rebatidos... 1º - na fase de inquérito policial não há possibilidade de defesa por parte dos acusados, motivo pelo qual nenhuma das testemunhas da defesa são ouvidas. Várias pessoas tentaram ser ouvidas, mas a polícia não quis ouvir, afirmando que isso não cabe no inquérito, sendo que ouviriam somente quem eles quisessem. 2º O sangue encontrado na lanterna, NÃO FOI O DA VÍTIMA. Além do mais, a lanterna faz parte do uniforme, ficando no cinto. Impossível que ali não tivesse qualquer resquício de sangue, em se tratando de um brigadista - questão lógica. 3º Segundo o corpo delito apresentado nos autos somente duas pessoas restaram machucadas na briga, sendo um deles um dos acusados e o outro, uma testemunha de acusação - maior de idade e com massa corporea bem superior ao do acusado. 4º Com relação ao anonimato, devemos temer qq um que tem coragem de mentir para a polícia...

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  8. qto à advogada dos acusados: se ela fosse assim tão amiga do inspetor, creio que os jovens não seriam acusados...

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  9. Que coisa mais estéril!
    O tribunal de justiça não é aqui, fica no MP!
    Guarde suas palavras para defender seus pobres meninos tão indefesos, tão inocentes, tão educados, tão amáveis, tão queridos, tão sei lá mais o que.... tá ganhando bem pra isso, hein? É aqui e lá, é lá e aqui...Deve ter só isso pra fazer na vida!

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  10. desde quando o Tribunal de Justiça fica no MP? pelo q sei, fica ali no Centro no Rio...
    pq guardar palavras? Até a reviravolta nenhuma palavra contra os jovens foi guardada... E tem coisas que não tem preço, sabia?
    Ainda é melhor ter só isso pra fazer da vida, d q ficar acusando pessoas falsamente, ou mentindo para a polícia, para a Justiça...

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  11. Meu Deus! Quanta ignorância!! O que seria uma coisa estéril? O bisturi de um cirurgião, não é?
    Deixa eu te explicar uma coisa: o Ministério Público e o Tribunal de Justiça são dois órgãos distintos.
    O mais engraçado é que vocês também não conhecem esses meninos, assim como alegam que não conhecíamos o Alexandre, mas adoram "meter o pau" e só o fazem em anômino.
    Não estamos defendendo assassinos, porque entre suspeitos e culpados há uma distância enorme.
    Como foi muito bem dito, existem coisas que o dinheiro não compra (para todas as outras coisas existe Mastercard!) e a liberdade é uma das coisas que não tem preço! O que ganhamos com isso é o alívio de poder nos expressar. Essa liberdade pelo menos nós estamos tendo aqui, como nunca antes tivemos.
    E, na verdade, temos muito o que fazer da vida, não somos nós os desocupados. E também OS NOSSOS MENINOS têm muito o que fazer da vida, nesse exato momento estariam em seus empregos, se não tivessem sido impedidos por acusações mentirosas que os privaram de suas vidas.

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