Postado originalmente no Blog - ALEXANDRE (V(IVO!
Tortura e Impunidade Nunca Mais!
Pela Criminalização da Homofobia!
Abraços Fraternos,
Angélica Ivo (mãe de Alexandre Ivo) e família.
Na ficção, o país assiste à RETA FINAL DA NOVELA INSENSATO CORAÇÃO. O personagem GILVAN (Miguel Roncato), da novela Insensato Coração - “um menino gay, branquinho, vindo do interior, órfão de mãe, sofre preconceitos do pai e do irmão por ser gay, vem para o Rio de Janeiro, não tem onde morar, seu dinheiro acaba quando chegou à cidade por conta da Parada LGBT do Rio de Janeiro" - foi ASSASSINADO no capítulo desta quinta-feira (04/08).
Na vida real, estamos na RETA FINAL DO PROCESSO CRIMINAL DE ALEXANDRE IVO. Dia 11 de agosto, às 14 horas, será o tão esperado depoimento dos três suspeitos do assassinato, última audiência processual e o pronunciamento da Juíza Patrícia Aciolli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo-RJ.
Na novela Insensato Coração, as cenas do assassinato do menino GILVAN:
Bem, pode-nos parecer que a realidade se misturou com a ficção, no caso do assassinato do menino GILVAN na novela e o caso ALEXANDRE IVO na vida real. "Insensato Coração" é uma obra de ficção, mas muito nos faz lembrar que há exato um ano e um mês morria nosso ALEXANDRE IVO. Mas o mundo real não é o ficcional das novelas. No mundo real, o rosto transfigurado pelas agressões, as lesões corporais, os dentes quebrados, a cabeça rachada, o sangue escoado no chão e o corpo quase que esquartejado APARECEM para infelicidade, dor, sofrimento e tristeza para seus familiares e amigos.
Pode parecer que a aparição do GILVAN, um menino de mesmo biotipo e características do ALEXANDRE IVO, branco, de bom porte pela idade, bem apessoado, apresentável, carinhoso, meigo, inteligente, sorridente, se nsível e educado, tenha aparecido no folhetim global para mostrar que o mundo perverso e homofóbico está cada vez mais violento e cruel, que é necessário mais que denúncias pelos crimes de ódio contra a vida de pessoas LGBT, que é urgente a luta por uma legislação federal específica que criminalize a homofobia para que haja um cessar de tantas mortes cruéis e violentas, tantas agressões e violações de direitos humanos de LGBT, e não exclusivamente, em qualquer faixa etária e geração, mas em particular com a juventude que vem cada vez mais sendo exterminada socialmente.
O fato é que ao ver um personagem tão parecido com o Alexandre Ivo, inclusive no seu assassinato - pois é notório e público e as provas são incontestes, um único assassino não exterminaria sozinho sua vítima, eles andam em dupla, em bando - separamos a ficção da realidade. O encontro da sua mãe adotiva carioca da novela com o corpo do Gilvan foi o mesmo quando Angélica Ivo, a mãe da vida real, encontra seu filho no IML, só que com mais intensidade, com mais realidade e muito mais muitas lágrimas, pois o que a TV não mostra é feio – assim como a troca de afeto público ou privada do casal gay Hugo e Eduardo.
Ao que parece é que as cenas da MORTE devem também ter sido censuradas, mas está lá um corpo frio estendido no chão, tanto do Gilvan, como do Alexandre Ivo. Na TV só mostra os pés do menino, mas na vida real, estampada no jornal da cidade, o corpo de Alexandre Ivo apareceu. Como na novela, seu assassinato não foi à “queima-roupa”, mas se diferenciou porque além dos socos e chutes, também teve paulada sobre todo o corpo, mas exclusivamente, como na novela, na cabeça, tanto que o laudo detalha o seu traumatismo craniano mas, diferentemente da novela, ele foi enforcado com sua própria camiseta, aquela da seleção brasileira de futebol, já que ele saiu vestido assim simplesmente porque foi assistir a um jogo do Brasil por ocasião da Copa do Mundo na casa de sua amiga lésbica, junto com outros amigos gays e lésbicas.
Outra diferença é a idade: apesar das aparências, o Gilvan diz ter 18 anos e o ALEXANDRE IVO tinha somente 14 anos de idade e tinha sonhos e planos, diferente do Gilvan, sobre o futuro, mas ambos de igual forma tinham desejos de viver se não fosse a retirada violenta desse direito por parte de alguns que sem civilidade, sem culpa e remorsos, continuam vivos por aí contando com a impunidade.
Pela Vida
Pela PazTortura e Impunidade Nunca Mais!
Pela Criminalização da Homofobia!
Abraços Fraternos,
Angélica Ivo (mãe de Alexandre Ivo) e família.
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