terça-feira, 11 de maio de 2010

Diferente sim...





A diferença, a igualdade e a equivalência

*Well Castilhos
Outro dia, ao final da novela das 8, houve um depoimento de um homem de Belo Horizonte que, depois de ter sido casado e ter filhos, havia conhecido o grande amor de sua vida, com quem vive até hoje em plena harmonia. A história pareceria uma entre tantas outras iguais em novelas não fosse pelo fato desta outra pessoa ser do mesmo ‘sexo’ que ele, ser outro homem. Ele ia bem em seu discurso no horário nobre – falou até na palavra “homofobia”, que o movimento LGBT de hoje dificilmente consegue veicular na mídia ou fazer um jornalista entender o que é – até que, em determinado momento ele fala “meu marido”, ao referir-se ao companheiro com quem vive há anos. “Marido??”, imediatamente repeti, saltando do sofá.

Olha, acho o termo até bonitinho quando sai da boca de uma travesti, mesmo porque me soa muito mais como um deboche por parte delas do que como seriedade. Mas quando ouvi aquele senhor chamando o companheiro de “marido” passei a refletir sobre até onde queremos ser iguais, até onde é válida a luta pela igualdade de direitos. Sei que existem casais gays, por exemplo, que querem se casar perante juiz, padre etc. Muitos para poderem chamar seus/suas companheiros(as) de marido, esposa etc. Mas será mesmo necessário termos tudo o que os casais heterossexuais têm, usar todos os termos que eles usam, fazer os mesmos rituais?

Penso que, melhor que a luta pela igualdade, é a luta pela equivalência. Equivalência de direitos. Vejam o movimento feminista, por exemplo. Parecem ter acordado para esta realidade. Muitas mulheres perceberam que o melhor não é ser igual aos homens, lutarem por igualdade, mas sim aceitar suas diferenças e especificidades e lutar por equivalência – no mundo do trabalho, por exemplo –, aceitando tais diferenças. A mulher engravida, menstrua, tem TPM, faz jornada dupla – além do trabalho, em geral têm de cuidar dos filhos e da casa – e tem uma força física menor que a dos homens. Tudo isso faz diferença, por exemplo, no trabalho. Tanto que no Brasil a licença maternidade foi esticada para seis meses, o que dividiu a opinião de feministas há tempos atrás. Claro que eu acredito que deveria haver também um estímulo para que os homens também participassem mais da criação dos filhos e da casa, que o governo abrisse mais creches etc Cara, é difícil ser mulher! Mulher com marido, então...

Aí vem um homossexual querendo ter marido... Somos diferentes, é inegável. Então, deveríamos criar e usar linguagens nossas, como por exemplo, a palavra “companheiro/a”. Acho razoável. Daí, é claro, que no Partido dos Trabalhadores (PT) os militantes teriam que achar outro termo para se chamarem uns aos outros... Especialmente os homens heterossexuais petistas... O Lula, então, que tem mania de chamar todo mundo “Companheiro”...

Sei lá. A palavra “namorada”, no caso das lésbicas, também cairia bonitinho. Lembra aquela música: “A namorada tem namorada...” Chamar de “meu bebê” seria o ideal para aquelas bichas mais velhas chamarem seus casos mais novinhos... Por falar nisso – já que a pedofilia e as relações de pessoas mais velhas com as mais novas estão em pauta – esta semana li um texto chamado “Meu moleque ideal”, cuja autoria foi atribuída ao Luiz Mott, que gostaria muito de compartilhar. Ele, por exemplo, deve preferir chamar seu sweetheart de “meu moleque”. Reproduzo o texto aqui:


“Analisando friamente as razões que levariam dois homens (ou duas mulheres, ou um homem e uma mulher) a viver com exclusividade uma paixão afetiva e erótica, creio que esta fidelidade poderia ser explicada quando menos por uma motivação bastante prática e mesmo oportunista: a dificuldade de encontrar um substituto melhor. Essa regra, constrangedora de ser constatada e verbalizada, parece ser universal: no dia em que a gente encontrar alguém que ofereça mais tesão, amizade e companheirismo do que a transa atual, ninguém é besta de continuar na mesmice em vez de optar pelo que promete ser muito melhor.

No fundo, todos nós, gays (e não gays) alimentamos em nossa imaginação um tipo ideal do homem que gostaríamos de amar e ter do lado. E que nem sempre é igual à nossa paixão atual. O ideal pode ser alto e branco, o real, baixo e preto.

No meu caso, para dizer a verdade, se pudesse escolher livremente, o que eu queria mesmo não era um “homem” e sim um meninão. Um “efebo” do tipo daqueles que os nobres da Grécia antiga diziam que era a coisa mais fofa e gostosa para se amar e foder.

Se nossas leis permitissem, e se os santos e santas me ajudassem, adoraria encontrar um moleque maior de idade mas aparentando 15-16 anos, já com os pentelhos do saco aparecendo, a pica taludinha, não me importava a cor: adoraria se fosse negro como aquele moleque da boca carnuda da novela Terra Nostra; amaria se fosse moreninho miniatura do Xandi; gostaria também se fosse loirinho do tipo Leonardo di Caprio. Queria mesmo um moleque no frescor da juventude, malhadinho, com a voz esganiçada de adolescente em formação. De preferência inexperiente de sexo, melhor ainda se fosse completamente virgem e que descobrisse nos meus braços o gosto inebriante do erotismo. Sonho é sonho, e qual é o problema de querer demais?!

Queria que esse meu príncipezinho encantado fosse apaixonado pela vida, interessado em aprender comigo tudo o que de melhor eu mesmo aprendi nestes 50 e poucos anos de caminhada. Que gostasse de me ouvir, que se encantasse com tudo que sei fazer (desde pudim de leite e construir uma estante de madeira, a cuidar do jardim e navegar na internet), querendo tudo aprender para me superar em todas minhas limitações. Que acordasse de manhã com um sorriso lindo, me chamando de painho, que me fizesse massagem quando a dor na perna atacar. Honesto, carinhoso, alegre e amigo. Que me respondesse sempre ao primeiro chamado, contente de ser minha cara metade.

Quero um moleque fogoso, que fique logo com a pica dura e latejando ao menor toque de minha mão. Que se contorça todo de prazer, de olho fechado, quando lambo seu caralho, devagarinho, da cabeça até o talo. Que fique com o cuzinho piscando, fisgando, se abrindo e fechando, quando massageio delicadamente seu furico. Cuzinho bem limpo, piscando na ponta do dedo molhado com um pouquinho de cuspe é das sensações mais sacanas que um homem pode sentir: o moleque querendo meu cacete, se abrindo, excitado para engolir a manjuba toda. Gostosura assim, só dois homens podem sentir!

Assim é como imagino meu moleque ideal: pode ser machudinho, parrudo, metido a bofe. Pode ser levemente efeminado, manhoso, delicado. Traço os dois! Tendo pica é o que basta: grossa ou fina, grande ou pequena, torta ou reta, tanto faz. Se tiver catinguinha no sovaco, uma delícia! Se for descarado na cama e no começo da transa quiser chupar meu furico, melhor ainda. Sem pudor, sem tabu.

Ah, meu menino lindo! Se você existir, se você algum dia me aparecer, que seja logo, pois quero estar ainda com tudo em cima e dar conta do recado, pois do jeito que quero te amar e que vamos foder, vou precisar de muito mocotó ou viagra para dar conta do rojão....".

Então tá!


*Well Castilhos é jornalista, presidente-fundador do Grupo LIberdade LGBT de São Gonçalo, produtor da Parada LGBT do município e coordenador de Comunicação Social do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/UERJ)- www.clam.org.br

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