terça-feira, 20 de março de 2012

Adolescente pede SOCORRO: mais um caso de bullying quase termina em morte

Reproduzo abaixo carta enviada à ABGLT por um adolescente de uma escola do Rio Grande do Sul, onde ele narra o seu drama como vítima de bullying homofóbico na escola (CLIQUE AQUI e leia matéria publicada no portal SUL21). Vale lembrar que há um mês um menino de 12 anos enforcou-se com o cinto da mãe pelo mesmo motivo, depois de chegar da escola, em Vitória, conforme noticiamos aqui em fevereiro.

E esta semana o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, disse que o problema do bullying e da intolerância sexual nas escolas não se resolveria através de material didático, numa tentativa clara de justificar e defender o fato de a presidência da república, por pressões dos setores conservadores (particularmente do sr. Garotinho), ter suspendido no ano passado o kit anti-homofobia, material elaborado pelo próprio MEC destinado a PROFESSORES e que faria parte do projeto Escola sem Homofobia.

Realmente, apenas um material didático pedagógico não resolve o problema, pois o enfrentamento da questão do preconceito e da homofobia na escola (por parte não só de alunos, mas também de professores, funcionários, diretores e pais de alunos) exige transformações estruturais na educação (formação inicial e continuada de educadoras e educadores) e na nossa cultura/sociedade como um todo. Mas sem dúvida materiais como o kit anti-homofobia podem vir a ser ferramenta fundamental no ensino da cidadania na escola. A propósito, sobre o tema, nesta quarta-feira (21/3), estaremos conversando com alunos e professores da Escola Municipal Duque Estrada, em São Gonçalo.

Vejam abaixo o pedido de socorro do adolescente da escola de Santo Ângelo (RS). Em apenas um dia de circulação, a carta enviada por Cristiano Teiceira obteve grande repercussão nacional e internacionalmente: OPAS, UNAIDS, Ministério Público, Ministério da Saúde, Frente Parlamentar, OAB, CRP, CRESS e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, entre outros, se pronunciaram e estão solidários.
"Tenho 15 anos sou homosexual , sofro agressão e sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução pra mim é me matar 
oi, meu nome é cristhiano teixeira, tenho 15 anos e estudo na escola"

estadual onofre pires em santo angelo -RS comecei a estudar lá esse

ano no primeiro ano do ensino médio, desde que comecei a estudar lá

venho sofrendo bulling por quase toda a turma e inclusive por parte de

alguns professores, quando perguntei a minha professora de geografia

porque ela não fazia nada enquanto eu sofria agressões verbais ela

disse "a aula é uma democracia", eu venho sendo agredido desde que me

assumi gay, alguns alunos estavam simulando sexo oral e anal em um

ursinho de pelúcia e me chamando de viado,viadinho,gayzinho,chupa

rola,pau no cú entre todas as ofensas posiveis, e hoje durante a aula

de física um colega de classe veio me xingando e perguntando se eu

queria apanhar porque era viado, e eu respondi: eu não tenho medo de

você, e na saida ele disse "se você não tem medo de mim, vai levar

facada pra aprender", no final da aula eu falei pra minha professora

pra ficar um tempo a mais durante a aula, ela nem fez conta, eu não

levei a serio, e sai da escola normalmente fiz uma menção a ficar mais

tempo pra ajudar a professora(mas ela me ignorou e fez que não ouviu),

eu sofri bulling na outra escola que eu estudei pelo mesmo motivo

CORAGEM DE DIZER QUEM SOU, na saída ele veio em minha direção e gritou

VOCÊ NÃO TEM MEDO DE MIM! e fez que ia tirar uma faca do bolso e eu

peguei uma lapis da minha mochila pra me defender(agora eu percebi que

foi uma ideia idiota), e le deu uma rasteira e me derrubou no chão(era

no asfalto) e quebrou meu lapis, depois ele me segurou e comecou a me

chutar e a me dar socos, metade da turma viu e ninguem fez nada, isso

foi de dia a tarde e no centro, muita gente viu e saiu do comercio pra

me ajudar e para separar a briga(não sei se fariam o mesmo se

soubessem o que eu sou) a diretora estava chegando e ela viu eu

apanhando e ela me ajudou(tem professoras que são legais, mas tem

algumas que são maldosas) ela me acudiu e também outras professoras do

turno da tarde(que não sabiam que eu era gay) viram e me ajudaram, e

me levaram para delegacia para eu fazer B.O eu cheguei muito assustado

e nem disse que eu sou gay(SEI QUE TALVES SE EU TIVESSE DITO NINGUEM

TERIA DADO ATENÇÃO), cheguei lá chorando e humilhado, eu tenho medo

que aconteça alguma coisa comigo, eu queria que alguém me ajudasse!

antes que eu virasse mais nas estatísticas de LGBT mortos, as vezes eu

sinto que ninguém gosta de mim e que a unica solução pra mim é me

matar,
POR FAVOR ALGUEM ME AJUDA!

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