
Com uma diferença de cerca de 700 mil votos, Obama obteve uma vitória apertada sobre o candidato republicano, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, na votação nacional popular, mas venceu de forma ampla no que interessava: a disputa pelos votos do Colégio Eleitoral. Indireta, a eleição americana não é decidida pelos votos populares, mas por disputas Estado a Estado e seus respectivos delegados no órgão de 538 membros.
Dos nove Estados em jogo, Obama venceu no Colorado, Iowa, Nevada, New Hampshire, Ohio, Virgínia e Wisconsin, enquanto Romney ganhou na Carolina do Norte. O resultado da Flórida ainda está muito indefinido para que seja declarado um vencedor. Com as vitórias, o líder americano obteve ao menos 303 votos no Colégio Eleitoral, enquanto seu rival ficou com 206.
Obama, que em 2008 se tornou o primeiro presidente negro dos EUA, continuou a fazer história na terça-feira ao se tornar o primeiro líder a ser reeleito desde Franklin Roosevelt (1933-1945) com uma taxa de desemprego tão alta quanto a de agora: 7,9% em outubro. Os índices ainda são efeito do fato de o país ter passado, depois de 2008, por sua pior recessão desde a Grande Depressão dos anos 30.
De acordo com pesquisas de boca de urna, Obama recebeu forte apoio do eleitorado feminino, assim como de negros e hispânicos, grupos que também pavimentaram sua vitória há quatro anos. Segundo o New York Times, os latinos representaram um em cada dez eleitores em nível nacional e votaram a favor do presidente em números maiores do que em 2008, fazendo diferença nos cruciais Colorado e Nevada.
O grupo favorável a Romney incluiu eleitores brancos, masculinos, mais velhos, evangélicos, pessoas de alta renda, moradores de áreas do subúrbio ou rurais e aqueles que se declaram partidários do Tea Party, movimento ultraconservador que ecoou dentro do Partido Republicano em 2009 em reação às medidas de Obama contra a crise de 2008, como planos de resgate a bancos e à indústria automobilística.
Com um nome que se refere a um protesto contrário a impostos cobrados pela Inglaterra sobre o chá (tea, em inglês) quando os EUA ainda eram colônia em 1773, o movimento defende menor cobrança fiscal, fim da intervenção federal na economia e não prepoderância do governo federal sobre os Estados.
Seu discurso impulsionou os republicanos mais para posições políticas de direita, alienando eleitores mais moderados, as mulheres e os que pertencem às minorias. Após a derrota de terça, o partido provavelmente será obrigado a reavaliar o discurso anti-imigração em relação aos hispânicos, que, desde 2011, correspondem a mais de 50 milhões de habitantes – ou 16,3% da população americana, segundo dados do Censo.
(Fonte: G1)
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